terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Ministério Público investiga desvio de dinheiro na folha de pagamento dos servidores públicos



Prefeitura abriu uma sindicância e descobriu um desvio na folha de pagamento no valor de mais de R$ 800 mil. Suspeito do desvio, diretor de recursos humanos foi demitido do cargo.

Ministério Público abriu um inquérito para investigar desvio de dinheiro na folha de pagamento dos servidores públicos de Guaimbê (SP). A prefeitura abriu uma sindicância no final do ano passado e descobriu um desvio na folha de pagamento no valor de mais de R$ 800 mil. O ex-diretor de recursos humanos da prefeitura é suspeito de fraudar a folha de pagamento dos servidores.

João Alves Menino Júnior foi demitido do cargo público no final de março deste ano. “A gente pode comprovar que isso foi feito de 2013 até o afastamento dele. Como teve uma mudança no sistema, do período anterior ainda está sendo investigado”, explica o assessor jurídico da prefeitura Felipe Meira.

Segundo a prefeitura, o diretor de RH gerava duas folhas de pagamento. A primeira estava correta e servia para emitir os holerites dos servidores. Depois esse arquivo era apagado do sistema e uma nova folha de pagamento cadastrada com lançamentos falsos.

O suspeito lançava gastos dos servidores com convênios vinculados ao sindicato. O funcionário sindicalizado tem direito a usar um vale para compras em supermercado e farmácia. O valor depois é descontado no holerite e a prefeitura repassa o dinheiro ao sindicato, que por sua vez precisa pagar os fornecedores.

A prefeitura descobriu que o golpe estava nessa negociação. O ex-diretor de RH lançava gastos falsos no nome de quase 80 servidores. Informava que o valor tinha sido descontado do holerite de cada um e pedia a prefeitura um cheque para pagar o sindicato.

Por mês, a prefeitura desembolsava em média R$ 20 mil, sendo que o devido ao sindicato era de cerca de R$ 5 mil.

O presidente do sindicato dos servidores públicos de Lins e região Paulo Sérgio Bastos Estevão disse nunca recebeu nada a mais da prefeitura de Guaimbê. “Todo valor que vinha é o que a gente mandava, a prefeitura devolvia em papel timbrado com a relação individual e o cheque. Então a gente nunca suspeitou de nada porque pra gente estava tudo certo.”

João Alves também é investigado pela Justiça por desvio de dinheiro do Fundo Municipal de Previdência de Guaimbê em 2014. Ele era o gestor do departamento responsável pelas aposentadorias e pensões dos funcionários públicos municipais. A prefeitura apontou uma perda de R$ 2 milhões nas contas do fundo, mas na época não conseguiu exonerar ele do cargo da prefeitura. “Ele foi afastado do cargo dele de aposentadorias e pensões”, diz o assessor jurídico.

Depois que foi exonerado João Alves Menino Júnior foi preso por receptação de veículo e associação criminosa. Ele estava em Adamantina com uma caminhonete que tinha sido furtada em Lins.

O advogado de defesa dele Ovídio Nunes Filho disse que o ex-diretor de RH nega todas as acusações sobre o desvio de dinheiro público e garante que não tinha acesso ao dinheiro do caixa da prefeitura.

Segundo o promotor de justiça Rodrigo Nunes Laureano, se condenado, o suspeito pode responder pelos crimes de improbidade administrativa que é o desvio de verbas públicas e peculato que é a apropriação do dinheiro público. “O próximo passo é assim que a gente definir onde foi parar esse dinheiro entrar com uma ação judicial.”
Fonte :
https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/ministerio-publico-investiga-desvio-de-dinheiro-na-folha-de-pagamento-dos-servidores-publicos-de-guaimbe.ghtml

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